A criança que há em nós

mensagem 08.02.16

Os sonhos são uma força interior, uma semente plantada nos corações humanos que cresce e floresce e dá frutos à medida em que são cultivados com o devido respeito e amor. Toda criatura na Terra possui essa semente armazenada em seu coração, em seu DNA e durante toda a sua existência a semente está ali. Infelizmente, muitas almas perdidas não nutrem seus sonhos de criança. Perdem-se na vereda da vida, esquecem-se dessa semente, dessa chama acesa dentro de si, muitas vezes até a sufocam, jogam grossa camada de desesperança sobre eles, como o cal ou a terra encobrindo tudo grotescamente. Alguns espíritos in quietos, vivem sôfregos, uma meia vida, atormentando-se por este verdadeiro assassinato, esta morte dos sonhos, que embora soterrada bem no fundo de suas existências, permanece  intacta,  viva, à espera de sua oportunidade de brotar e crescer. Vivem estas pobres almas inquietas a vagar pelos dias, perdidas entre o  ir e o vir, confusas, desnorteadas, alimentando uma dor de sufocamento, que mal podem interpretar. Não sabem, não percebem que a falência da esperança na realização de seus sonhos as adoece, as esmorece, apaga-se assim todo seu vigor e tornam-se criaturas errantes, sem viço, sem vontade. Morimbundos, zumbis. Vivos, porém mortos... É preciso não alimentar a ilusão de que o caminho seja outro. O caminho é sempre o do coração, que tudo sabe, desde o princípio, desde o ser de cada ser e a todos pode conduzir com amor, generosidade e fé. Os caminhos do coração são os únicos, os verdadeiros a conduzir à realização dos sonhos. Aqueles sonhos de criança que trazemos de nossa essência, da pureza de nosso ser. Por isso, a toda criança deve ser dado o mérito de acreditar em seus sonhos e persegui-los. Por isso, todo pai e toda mãe amorosos devem auxiliar os filhos a encontrarem o caminho de seus corações. Esse do qual os sonhos depende e do qual a felicidade se utiliza. Jamais neguem a uma criança o prazer, o deleite de sonhar porque este momento é o da criação. As crianças são poderosas criadoras de sua realidade, utilizam sua imaginação e vivem num mundo próprio, construído por seus pensamentos e emoções, assim como todo adulto deveria aprender a fazer. Quando crescem, movidas pela crescente força do exterior, vão se apagando por dentro, se desconectando de sua essência criadora e unindo-se a forte, densa e poderosa massa padronizadora dos comportamentos.  Esquecem-se de quem verdadeiramente são, do que verdadeiramente sentem e mantém fechada a porta dos sonhos, nomeando-os de grandes ilusões. Porque são exatamente aquilo que aprenderam a ser, aquilo que foram ensinadas a ser, aquilo que ouviram ser de seus pais, professores ou parentes. Esquecem-se de ser aquilo que verdadeiramente são com todo o seu coração. Desacreditam de si mesmas e de sua capacidade criativa, de seu poder de tornar realidade tudo quanto desejam para si, de sua habilidade de ser feliz e transformar em brincadeira qualquer coisa ao seu redor. A pureza, a sinceridade, a verdade de uma criança é tudo quanto um adulto deve desejar, deve perseguir. As crianças sabem bem quem são e o que podem esperar de si mesmas, sabem pedir com convicção o que desejam e ver se materializar seus sonhos. E mesmo diante dos sofrimentos, das privações e violências jamais perdem essa pureza. Ainda que maltratada pela realidade, uma criança mantem sempre acesa dentro de si a chama do amor e a força da imaginação. Aprendamos com as crianças a voltar à nossa essência, a nos reconectar com nosso verdadeiro Eu, a recuperar nossa celestialidade e nosso poder criador.
Sejamos humildes o suficiente para perdoar as fraquezas daqueles que nos criaram, reconhecer nossa responsabilidade por nossos passos e decisões e gratos pela possibilidade da vida, deste aprendizado maravilhoso que a todos conduz, indistintamente, ao reencontro com seu potencial idealizador e a verdade e a luz. Sejamos honestos diante da nossa desonestidade, sinceros com nossas falhas e amáveis conosco diante da realidade. Perseveremos na vontade e na ação de conduzir nossos destinos por este amoroso e bendito caminho: o do coração, que só pode nos levar à realização de nossos sonhos mais íntimos, puros e verdadeiros. Olhemos com infantilidade para quem somos e quais são nossos sonhos e reconectados com nossa essência nos coloquemos a disposição da Vida para est concretização.
Voltando à criança que existe em nós, encontramos o amadurecimento necessário para conduzir nossos destinos.

Com muito amor
Melckzedeck