segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Existir é sentir


mensagem 26.10.15

mestre Juan: Sem agradecer nos incomodamos com quaisquer atitudes...
Respiramos e agradecemos por este novo dia, abrimos nosso coração para agradecemos.
A importância de aquietar nossa mente, a importância de soltar nosso ego, que tem o controle. Saímos da dualidade e já não há critica, não há julgamento, não há incomodidade...
Respiramos e sentimos como se dissolvem nossas memórias, que não nos permitem ver com claridade... Como cada experiência é um regalo especial.
Respiramos e em humildade e reconhecemos que só somos instrumentos, assim soltamos o controle dos acontecimentos.
Elegemos observar nossos atos para que só sejam de amor.
Elegemos não tomar nada pessoal, só agradecer porque o que há fora é apenas um espelho de como estamos...
Abrimos nosso coração e pedimos que mensagem tenham nossos guias para nós nesse maravilhoso dia no decorrer da luz...

***
Solta
Respira e solta, deixa a mente esvaziar...
Deixa os pensamentos cessarem.
Se entrega apenas aos sentidos.
Sente aquilo tudo que não se pode ver, mas existe: o ar, que preenche os pulmões possibilitando a vida, o amor que preenche os corações possibilitando a vida, a fé, que preenche as mentes possibilitando a vida.
Existir é sentir.
Comece pelo toque suave das coisas todas ao seu redor, principalmente, as pessoas.
Sente a diferença do gesto ao qual se imprime conscientemente o desejo de troca de energias, de fluídos de amor, de afetividade, docilidade.
Os seres todos são carentes de afeto. Dedica alguns minutos de afago a um animal qualquer e nota como são gratos pela maciez do teu toque. Acaricia com amor teu filho antes de dormir e percebe como o sono tranquilo vem depressa buscá-lo. Toca com amor os cabelos ou o rosto do teu companheiro e percebe como qualquer conflito se desfaz. Abraça demoradamente o amigo e assiste como ele jamais se esquece de ti...
O toque é essencial ao sentir...
Toca a terra, as plantas, os bichos, as pessoas ao seu redor e percebe todas as infinitas nuances possíveis de existir, texturas mil da Criação.
Em um próximo passo, assimila a compreensão do ouvir.
Ouve o vento soprar levemente, apesar de não vê-lo está ali, a carregar para lá e para cá as sementes todas, cumprindo silenciosamente seu papel.
Aprende com ele a trabalhar em silêncio, realizar o que lhe cabe em absoluto estado de concentração na tarefa a tal ponto que os demais não se apercebam de ti, mas usufruam desse resultado.
Aprende com o vento como é possível participar, se integrar na criação no mais singelo silêncio e anonimato.
Aprende a ouvir tudo o que se passa ao seu redor sem interferir, sem emitir juízo, delegando essa responsabilidade a quem de direito – o Criador, que tudo sabe e tudo pode alterar.
O estágio do ouvir exige cautela. É preciso ouvir, muitas vezes, sem assimilar, sem tomar para si aquilo que não te pertence. Outras vezes, no entanto, faz-se necessário esforço redobrado para não apenas ouvir, mas escutar, sentir verdadeiramente o que lhe chega aos ouvidos.
As verdades todas estão ditas durante o nosso dia a dia. Numa frase solta, dita por outra pessoa em outro contexto, numa letra de música ou num filme qualquer. Deus coloca as palavras ali para nosso processo continuo de reflexão e evolução. Assim como também o silêncio, que sabiamente ensina a aprender ouvir.
Em um terceiro estágio, sente. Usa o olfato e se apercebe das sutilezas todas dos cheiros. Dos mais desejáveis aos mais indesejáveis, apercebe-se do movimento cíclico da Terra, do evoluir natural da vida de um estado de vitalidade à podridão e vice-versa. Tudo é possível.
Os ambientes todos revelam sua sutileza, sua vitalidade ou podridão por meio do olfato. Nota como o cheiro forte da carne revela mais da natureza do ser do que ele próprio é capaz de compreender. Não há perfume, o mais doce, capaz de esconder quem se é. Assim como ao contrário, muitas vezes, o sentir do suor revela a nobreza da alma.
Sente o cheiro forte de terra misturado ao da gente da terra, estão um no outro de tal forma que se confundem e há tanta simplicidade neles que só se pode emanar amor.
Sente os cheiros todos ao seu redor, aos poucos, nota como a cada dia se modificam. Percebe como há muitos outros, inimagináveis, a serem descobertos. Não se pode vê-los, mas existem, estão presentes.
Embora não se apercebam deles influenciam o comportamento, colaborando ou não para a manutenção do equilíbrio energético sutil dos seres. Dai a importância de senti-los todos.
Sente, agora, o sabor não só dos alimentos, do doce e do amargo da boca, mas também da Vida, que com sua docilidade é capaz de remeter aos mais suaves e prazerosos sentidos, assim como também ao azedume à aqueles que buscam por ele. O apreciar deste estado depende única e exclusivamente da vontade. Do exercício da experimentação, da apreciação, da degustação da Vida.
Saboreie os dias, como quem se senta no alpendre com uma tigela de jabuticabas no colo e aprecia, apenas aprecia a docilidade delas.
Os frutos doces da existência estão a disposição de todos, em abundância, assim como aqueles ofertados generosamente pelas árvores.
Saboreie o tempo a ti oferecido nesta existência antes que se perca no chão, sem uso, apodrecido. Ainda que o retorno  ao ciclo da Vida e da Morte seja certo, não seja em vão, terá sido este tempo perdido sem apreciação.
Por fim, uma vez que todos os demais sentidos estejam devidamente estudados concentre-se, pacientemente, na visão.
Sentir a visão, em especial, significa mais do que ver, do que olhar, enxergar... Significa atingir o mais alto grau possível de sensibilidade nesta existência. Significa sentir, sem ver.
Àqueles que sentem, acima de tudo, com os olhos da alma é conferido indistintamente o poder de enxergar muito além.
Exercício meus caros, exercício.
Malhem não apenas os músculos da carne, mas também os sentidos.
Pratiquem, rotineiramente, estes exercícios e serão agraciados com o mais belo, puro e prazeroso de todos os resultados. O amor próprio.

Estejam em paz.

Nicodemus

Nenhum comentário:

Postar um comentário